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Comunicador baiano é premiado nacionalmente com projeto que destaca a filantropia negra na Bahia

Foto: Arquivo Pessoal
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Reconhecimento veio com reportagem em áudio sobre a Sociedade Protetora dos Desvalidos, a mais antiga organização civil negra do Brasil, produzida no projeto ListaPreta.Doc

O comunicador e criador de conteúdo baiano Alexandre Santana foi um dos vencedores do Prêmio MOL de Jornalismo para a Solidariedade, edição 2025, na categoria Jornalismo Comunitário. O reconhecimento se deu por sua reportagem em áudio intitulada “Filantropia Negra: A Sociedade Protetora dos Desvalidos”, que integra o projeto ListaPreta.Doc, idealizado por ele e voltado à valorização da cultura negra e das histórias que vão além da violência e da dor.

A reportagem premiada mergulha na trajetória da Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD), considerada a primeira organização civil negra do Brasil, fundada em 1832 em Salvador, capital baiana. Com quase dois séculos de existência, a SPD tem como missão histórica oferecer apoio mútuo entre pessoas negras, promovendo solidariedade, cidadania e resistência frente às desigualdades raciais.

O episódio premiado traz uma entrevista com Lígia Margarida de Jesus, atual presidente da SPD, que se destaca por ser uma das poucas mulheres a assumir a liderança da instituição desde sua fundação. A fala de Lígia reforça a importância da continuidade do trabalho da SPD e do papel central que mulheres negras vêm ocupando na preservação da memória e dos ideais de resistência da comunidade afro-brasileira.

Alexandre Santana afirmou ter se sentido “lisonjeado” com o prêmio, reconhecendo-o como um marco importante para o projeto Lista Preta, que há seis anos aposta na produção de conteúdos antirracistas e na valorização da ancestralidade afro-brasileira. “Fiquei muito feliz, honrado e estimulado a seguir trabalhando. Esse reconhecimento chega num momento especial, de reestruturação do projeto e reafirma a importância de contar nossas próprias histórias”, declarou o comunicador.

Além do reconhecimento à qualidade jornalística do material, o prêmio destaca também a relevância da filantropia negra como prática histórica e estruturante na luta por justiça social no Brasil. De acordo com estudos recentes, a filantropia negra no país tem raízes profundas e se manifesta, principalmente, em ações de apoio comunitário, mutualismo, educação, saúde e cultura, frequentemente ignoradas pelas grandes narrativas midiáticas e acadêmicas.

O Prêmio MOL de Jornalismo para a Solidariedade é promovido pela Editora MOL e reconhece iniciativas jornalísticas voltadas à promoção da empatia, do engajamento social e da transformação positiva da sociedade. Na edição de 2025, a premiação teve recorde de inscrições e um número expressivo de produções vindas de todas as regiões do país.

A conquista de Alexandre é um reflexo da força da comunicação periférica e antirracista, e reforça o papel fundamental de jornalistas e comunicadores independentes na valorização de histórias e vozes historicamente silenciadas.