Revista Nova Imagem - Portal de Notícias

Nos acompanhe pelas redes sociais

Copa do Mundo 2026: Estresse Térmico e Riscos para os Jogadores

Foto: John Raoux
Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp
Share on linkedin
Share on email

Estudo alerta para os perigos das altas temperaturas em 10 dos 16 locais da competição, podendo afetar a saúde dos atletas.

Jogadores de futebol que participarão da Copa do Mundo FIFA 2026 poderão estar expostos a riscos significativos de estresse térmico e desidratação, aponta um estudo publicado no Scientific Reports em 28 de novembro. De acordo com a pesquisa, 10 das 16 cidades-sede, localizadas no Canadá, México e Estados Unidos, enfrentam condições que podem colocar a saúde dos atletas em perigo. Arlington e Houston, no Texas, e Monterrey, no México, destacam-se como os locais mais críticos devido às suas elevadas temperaturas.

A competição está marcada para ocorrer entre 11 de junho e 19 de julho de 2026, coincidindo com o verão no hemisfério norte, período em que as temperaturas atingem níveis extremos. Os pesquisadores utilizaram dados do Copernicus Climate Change Service para avaliar as condições térmicas em estádios próximos a cada uma das sedes da Copa. Utilizando a ferramenta Universal Thermal Climate Index (UTCI), que mede a resposta fisiológica humana ao ambiente térmico em graus Celsius, foi possível simular as condições de jogo esperadas durante as partidas.

Condições de Jogo Críticas

O estudo revelou que os estádios em Arlington, Houston e Monterrey poderiam registrar médias de UTCI de até 49,5ºC por hora. Esse nível representa um risco alto de estresse térmico. A situação se torna ainda mais crítica entre 14h e 17h, horário local, com exceção das cidades de Miami e Flórida, onde o pico de estresse térmico ocorre entre 11h e 12h.

Entre os efeitos do estresse térmico estão sudorese excessiva, dilatação dos vasos sanguíneos, queda na pressão arterial e, em casos mais graves, sintomas neurológicos como confusão mental e tontura. O especialista Pedro Chocair, clínico geral e nefrologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em entrevista à CNN, afirma que “o excesso de calor provoca uma série de reações fisiológicas que prejudicam a saúde do atleta”.

Sensações térmicas superiores a 50ºC foram observadas em Arlington e Houston durante o meio e fim da tarde. Essa análise assumiu que os estádios não possuíam sistemas de ar-condicionado, o que, se presente, poderia amenizar os riscos de desidratação e estresse térmico.

Repercussões e Recomendações

Dado o potencial de impacto negativo sobre a saúde dos atletas, os autores do estudo sugerem mudanças nos horários dos jogos em locais de risco. Essa adaptação permitiria minimizar a exposição dos jogadores a condições de calor extremo, garantindo um ambiente mais seguro e saudável durante as partidas.

O que é o Estresse Térmico?

O estresse térmico ocorre quando a temperatura corporal ultrapassa os níveis ideais de 36,5ºC a 37ºC, afetando a capacidade do organismo de funcionar corretamente. Entre os sintomas mais comuns estão a fadiga, dor de cabeça, dores musculares e alterações neurológicas, como confusão e dificuldades para dormir. Em casos extremos, a exposição prolongada ao calor pode levar a condições como insolação e até mesmo aumentar o risco de AVC.

O estudo destaca ainda a crescente preocupação global com os efeitos do calor extremo, que pode agravar problemas de saúde e estar relacionado a um aumento na incidência de AVCs e outras condições médicas graves.

Impacto e Preparações

Os organizadores do evento e as federações de futebol devem estar atentos a essas previsões e considerar soluções para proteger a saúde dos atletas. Entre as possíveis medidas estão ajustes nos horários dos jogos e a implementação de infraestrutura adequada nos estádios, como sistemas de resfriamento.

A Copa do Mundo de 2026, por ser a primeira a contar com a participação de três países, será um marco na história do futebol, mas também exige um olhar cuidadoso sobre as condições climáticas e seus impactos no bem-estar dos jogadores.