Pesquisadores da Universidade de Queensland (UQ), na Austrália, demonstraram potenciais medicamentos capazes de reverter o envelhecimento do cérebro causado pela Covid-19, causando sintomas neurodegenerativos em testes com camundongos e modelos sintéticos.
Conduzido pelo cientista Julio Aguado e uma equipe do Instituto Australiano de Bioengenharia e Nanotecnologia (AIBN) da UQ, o estudo revela que a Covid-19 acelera a presença de células senescentes no cérebro, associadas ao envelhecimento precoce.
O estudo, publicado na revista Nature Aging, contém medicamentos como navitoclax, ABT-737, fisetina e uma combinação de dasatinibe com quercetina (D+Q) que se mostraram eficazes na eliminação seletiva dessas células senescentes.
Os testes em organoides sintéticos e em modelos de camundongos infectados com Covid-19 mostraram que esses medicamentos rejuvenesceram o tecido cerebral, aliviando os sintomas neurodegenerativos.
Os pesquisadores enfatizaram a necessidade de mais investigação para compreender completamente os mecanismos envolvidos. A descoberta representa um avanço crucial na compreensão da relação entre infecções virais, envelhecimento e saúde neurológica.
O estudo utiliza modelos de cérebro humano desenvolvidos a partir de células-tronco, permitindo experimentos difíceis de serem realizados em humanos. O professor Ernst Wolvetang, especialista em organoides da AIBN, destacou que esses modelos aceleram o rastreio pré-clínico de terapias e podem ter impactos em pesquisas sobre Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.
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