Produção brasileira “O agente secreto”, estrelada por Wagner Moura, representa o Brasil na principal mostra competitiva do Festival de Cannes 2025
O cinema brasileiro volta aos holofotes internacionais com a seleção de “O agente secreto”, novo longa-metragem do premiado diretor Kleber Mendonça Filho, para a competição oficial do Festival de Cannes 2025. Estrelado por Wagner Moura, o filme é uma das 22 produções que concorrem à Palma de Ouro, principal prêmio do festival, cuja 78ª edição acontece entre os dias 14 e 25 de maio, na cidade francesa de Cannes.
A trama do filme é inspirada livremente na obra homônima de Joseph Conrad, publicada em 1907, e narra a trajetória de um agente duplo em uma trama política envolta por tensão, espionagem e dilemas morais. “O agente secreto” foi filmado em locações no Recife, cidade natal de Mendonça Filho, e também em trechos de Londres e Lisboa, conectando paisagens brasileiras e europeias para dar vida ao enredo que discute temas contemporâneos como autoritarismo, desinformação e os limites da resistência política.
Kleber Mendonça Filho é conhecido por suas obras marcantes e de forte cunho político e social, como “Aquarius” (2016) e “Bacurau” (2019) — este último vencedor do Prêmio do Júri em Cannes. A nova produção consolida a parceria do diretor com Wagner Moura, que já havia colaborado anteriormente em projetos que abordam questões sociais e políticas no Brasil. Moura, por sua vez, tem se destacado no cenário internacional com papéis de grande repercussão, como em “Tropa de Elite”, “Narcos” e “Marighella”.
A seleção do filme marca um momento importante para o cinema nacional, que em anos recentes tem enfrentado desafios estruturais e de financiamento. “O agente secreto” chega à Croisette com grande expectativa, sendo apontado pela crítica como uma das apostas mais ousadas da mostra, tanto pelo seu conteúdo provocador quanto pela estética cinematográfica característica de Mendonça Filho.
A disputa pela Palma de Ouro deste ano conta ainda com nomes consagrados como Yorgos Lanthimos, Hirokazu Kore-eda e Andrea Arnold, tornando a competição ainda mais acirrada. No entanto, a presença brasileira reafirma o lugar do país no mapa do cinema de autor e independente, além de ressaltar a potência criativa de seus realizadores.
A estreia mundial do filme acontecerá durante o festival, com a presença confirmada do elenco e da equipe, prometendo um tapete vermelho repleto de representatividade e engajamento político.