Artista desabafa sobre a perda de estabilidade financeira e a necessidade de continuar nos palcos para sobreviver
O consagrado cantor e compositor brasileiro Ivan Lins, de 79 anos, conhecido por sucessos como “Lembra de Mim” e “Novo Tempo”, apresentou recentemente os desafios pessoais e profissionais que tem enfrentado devido às transformações no mercado musical. Em entrevista ao programa “Provoca”, da TV Cultura, o artista revelou que a transição das vendas físicas para o streaming afetou significativamente sua renda, levando-o a enfrentar uma depressão e a retomar a terapia.
Impacto Financeiro e Perda da Aposentadoria
Com uma carreira de mais de cinco décadas, Ivan Lins destacou que a mudança do consumo de música para plataformas digitais resultou em uma drástica redução em seus rendimentos. Ele possui que, apesar de possuir mais de 900 mil ouvintes mensais no Spotify, os pagamentos provenientes do streaming são insuficientes para garantir sua subsistência. “Perdi a minha aposentadoria. Não posso mais parar, diminuir o trabalho. Agora, eu tenho que trabalhar mais do que nunca, porque a minha única fonte de renda é o palco, os shows”, desabafou o músico.
Ivan explicou que, anteriormente, as vendas de CDs proporcionavam uma fonte de renda mais estável. Com a popularização do streaming, essa dinâmica mudou, e muitos artistas enfrentaram dificuldades financeiras. “Se fosse na época dos CDs, com 900 mil ouvintes mensais, eu poderia vender pelo menos umas 80 mil cópias de CDs e sobreviver com isso, sendo remunerado justamente. Agora, não tem mais CD. Ninguém compra mais CD”, refletiu.
Luta contra a Depressão e Busca por Apoio
Diante desse cenário, o cantor revelou que é preciso retornar à terapia para lidar com a depressão decorrente das dificuldades financeiras e da pressão constante para se manter ativo profissionalmente. “Eu voltei para a terapia, para curar outra depressão, porque eu perdi a minha aposentadoria”, confessou Ivan.
O desabafo de Ivan Lins lança luz sobre a realidade de muitos músicos veteranos que, apesar de suas contribuições significativas para a cultura brasileira, enfrentam desafios na adaptação ao novo modelo de consumo musical. A situação evidencia a necessidade de discutir formas mais justas de remuneração para os artistas na era digital.
