Conheça a história real de uma mulher que desafiou o tráfico no Rio de Janeiro e encontrou refúgio em Salvador.
Joana Zeferino da Paz, conhecida como Dona Vitória, é a figura central que contratou o filme “Vitória”, protagonizado por Fernanda Montenegro. A produção, que estreou recentemente nos cinemas brasileiros, retrata a traição de uma mulher que, aos 80 anos, desafiou o tráfico de drogas e a corrupção policial na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, Rio de Janeiro, nos anos 2000.
Natural de Quebrângulo, Alagoas, Joana passou uma infância marcada por dificuldades e abusos. Buscando uma vida melhor, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se especializou como massoterapeuta e adquiriu um apartamento em Copacabana. Foi na janela desse apartamento que ela testemunhou e registrou, com uma câmera VHS, atividades ilícitas relacionadas ao tráfico de drogas e à corrupção policial na comunidade da Ladeira dos Tabajaras. Suas gravações foram cruciais para a prisão de mais de 30 indivíduos envolvidos em atividades criminosas.
Devido às ameaças que sofreu após as denúncias, Joana entrou para o Programa de Proteção à Testemunha em 2006, adotando o nome Vitória e mudando-se para Salvador, Bahia, onde viveu por 17 anos até seu falecimento em agosto de 2023, aos 97 anos. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Campo Santo, com uma lápide que presta homenagem à “heroína por trás da câmera que ajudou a história de um bairro e marcou o país”.
O filme “Vitória” é uma adaptação do livro “Dona Vitória Joana da Paz”, do jornalista Fábio Gusmão, e conta com a direção de Andrucha Waddington e Breno Silveira. Curiosamente, Joana expressou em vida o desejo de ser interpretada por Fernanda Montenegro, o que se concretizou nesta produção.
A história de Joana da Paz destaca a importância da coragem individual na luta contra a criminalidade e a corrupção, operacional de inspiração para muitos. Sua trajetória é agora eternizada no cinema, permitindo que sua bravura seja reconhecida por novas gerações.
