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Morte de Juan Izquierdo abala jogadores, que seguem privados do luto

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O zagueiro uruguaio faleceu em São Paulo durante jogo da Copa Libertadores, mas o futebol continua mesmo em meio à comoção internacional

Na última terça-feira, o mundo do futebol foi abalado pela morte inesperada de Juan Izquierdo, zagueiro uruguaio de 27 anos, durante a partida entre São Paulo e Nacional-URU pela Copa Libertadores. Izquierdo, que era pai de dois filhos, sofreu um mal súbito no campo e foi imediatamente levado ao hospital Albert Einstein, onde seu falecimento foi confirmado horas depois.

A tragédia gerou uma onda de choque e comoção no cenário esportivo, especialmente entre jogadores e fãs do futebol uruguaio. No Uruguai, a perda do zagueiro foi profundamente sentida, a ponto de duas rodadas do campeonato nacional terem sido adiadas antes do último fim de semana, refletindo o luto coletivo que tomou conta do país. Diversos jogadores uruguaios, alguns que haviam compartilhado o campo com Izquierdo e outros que apenas o conheciam de nome, prestaram homenagens ao seu compatriota, expressando solidariedade à família enlutada e demonstrando o impacto emocional dessa tragédia.

No Brasil, entretanto, o calendário do futebol segue inalterado. Menos de 24 horas após o falecimento de Izquierdo, o estádio do Morumbi, onde o jogador desmaiou devido a uma arritmia cardíaca, voltou a ser palco de uma partida oficial. São Paulo e Atlético-MG se enfrentaram pelas quartas de final da Copa do Brasil, marcando um rápido retorno às atividades esportivas no mesmo local da tragédia. Em um comunicado oficial, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) determinou que as partidas teriam um minuto de silêncio em homenagem a Izquierdo, mas não considerou a possibilidade de adiar a competição, demonstrando a rigidez do calendário esportivo no país.

A situação tem gerado indignação e tristeza entre os atletas. No último domingo, durante o jogo contra o Vitória, jogadores do São Paulo exibiram visíveis sinais de abalo emocional, ainda lidando com a experiência de terem testemunhado o colapso de um colega em campo. O meia uruguaio Michel Araújo, um dos mais afetados, saiu do gramado chorando, refletindo o impacto emocional da perda. Luis Zubeldía, técnico do São Paulo, expressou a dor coletiva dos jogadores ao comentar sobre Izquierdo: “É um de nós”.

A morte de Juan Izquierdo é um golpe duro não apenas para seus companheiros de time e conterrâneos uruguaios, mas para toda a comunidade do futebol. A situação é agravada pelo calendário intenso que os jogadores enfrentam, que não permite pausas para luto ou reflexão, nem mesmo diante de tragédias tão pessoais e impactantes. O mundo do futebol, por sua natureza competitiva e cheia de compromissos, raramente desacelera, mesmo diante da perda de uma vida tão jovem e promissora. A continuidade dos jogos, sem tempo para uma pausa que permita o luto adequado, levanta questões sobre as prioridades do esporte e o bem-estar daqueles que dedicam suas vidas a ele.

Foto: Lance!