Sinfonia Terra Brasilis mistura Beethoven e BaianaSystem em espetáculo histórico de encerramento do G20 Brasil 2024 na Bahia
Na noite desta sexta-feira (9), a Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA) foi palco de uma apresentação histórica que uniu o erudito e o popular de maneira vibrante. A Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba), sob a regência de Carlos Prazeres, e a banda BaianaSystem, conhecida por sua energia contagiante, fizeram história ao realizar o concerto de encerramento do Grupo de Trabalho de Cultura do G20 Brasil 2024 na Bahia.
O espetáculo, intitulado Sinfonia Terra Brasilis , trouxe uma fusão única de estilos. A Osba iniciou uma performance com o “Scherzo” da Sinfonia nº 9 de Beethoven, que rapidamente abriu espaço para a guitarra baiana do BaianaSystem. O resultado foi uma transição de sonoridades que fez a plateia vibrar, especialmente quando o grupo apresentou um pot-pourri das músicas “Lucro (Descomprimido)” e “Miçanga”.
Carlos Prazeres, maestro titular de Osba, explicou a motivação por trás dessa fusão inovadora. “Gosto de quebrar essas barreiras porque com isso conseguimos mostrar uma imensa gama de possibilidades que atraem todo tipo de público. Beethoven também foi um revolucionário, seja musicalmente ou no seu pensamento político. Rasgou a dedicatória de sua terceira sinfonia a Napoleão quando enxergou o caráter déspota em quem acreditava ser um humanista”, comentou, enfatizando a conexão entre a força da obra de Beethoven e a energia transmitida pela música do BaianaSystem.
Prazeres contínuos, detalhando a força e a potência do encontro: “Assim que conheci a música do BaianaSystem, quis juntá-la com Beethoven. Seu ‘scherzo’ tem uma enorme força orgástica que, quando desemboca em ‘Lucro’, cria uma onda de energia sem igual”. A plateia não ficou indiferente à mudança, que resultou em uma experiência musical única e transformadora.
O show seguiu com outras canções emblemáticas do BaianaSystem, como “Sulamericano”, “Duas Cidades”, “Capim Guiné” e “Forasteiro”, que energizaram ainda mais o público. Em determinado momento, a interação foi tamanha que o público desceu para o palco e formou uma roda de pogo, em um gesto que traduzia o clima de euforia e a empolgação gerada pela performance.
Como até o final da noite, outros artistas convidados subiram ao palco, enriquecendo ainda mais o espetáculo, que se tornou um verdadeiro retrato da diversidade cultural brasileira. A apresentação não só mostrou a união entre estilos musicais distintos, mas também celebrou a riqueza e a variedade de expressões artísticas que o Brasil tem a oferecer.
Carlos Prazeres, emocionado, desejou que a arte se mantivesse viva e forte ao longo dos séculos. “Que ao longo dos séculos a arte possa estar sempre atenta e forte”, concluiu, deixando no ar a sensação de que aquele momento histórico seria lembrado por todos que presenciaram essa união arrebatadora entre música erudita e popular.

Foto: Taylla de Paula