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Peixe “diabo negro” é avistado pela primeira vez à luz do dia nas Ilhas Canárias

Foto: Reprodução
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Avistamento raro do peixe abissal é considerado histórico e gera discussão sobre o comportamento da espécie

No último dia 5 de fevereiro, a ONG Condrik Tenerife, especializada em pesquisa e preservação de tubarões e raias nas Ilhas Canárias, na Espanha, divulgou um vídeo inédito que está gerando grande repercussão. No dia 26 de janeiro, biólogos da organização realizaram um avistamento extremamente raro de um peixe conhecido como “diabo negro” ou Melanocetus johnsonii nadando próximo à superfície, a cerca de dois quilômetros da costa de Tenerife, durante o dia. Esse comportamento é inusitado, já que a espécie é conhecida por habitar as profundezas dos oceanos, em regiões que vão de 200 a 2.000 metros de profundidade.

O peixe diabo negro, também denominado rape abissal, é famoso por sua aparência única, com um apêndice dorsal bioluminescente repleto de bactérias simbióticas que atraem suas presas. Essa característica foi imortalizada no filme “Procurando Nemo”, onde uma criatura é retratada como um predador de fundo marinho. O gênero Melanocetus tem o significado literal de “monstro marinho negro”, uma referência ao seu aspecto sombrio e misterioso, que causa fascínio e apreensão. Uma espécie é encontrada em águas tropicais e subtropicais ao redor do mundo, mas sempre em regiões profundas e de difícil acesso, o que torna o avistamento ainda mais extraordinário.

A aparência do peixe na superfície gerou questionamentos entre os cientistas sobre o comportamento incomum da espécie. De acordo com os biólogos de Condrik Tenerife, a razão pela qual o diabo negro estava tão perto da costa e à luz do dia é um mistério. As possíveis sugestões sugerem que o animal pode ter sido afetado por alguma doença, ou ainda, que uma corrente de ar ascendente tenha levado o peixe a águas rasas. Outra hipótese levantada é que ele estaria fugindo de um predador.

Após o avistamento, uma equipe de biólogos decidiu recolher o peixe, já que ele não sobreviveria na superfície, e transportá-lo para o Museu de Natureza e Arqueologia (MUNA), localizado em Santa Cruz de Tenerife, para que estudos mais detalhados fossem realizados. O peixe foi submetido a uma série de análises científicas para compreender melhor seu comportamento e as possíveis causas dessa localização incomum para águas rasas.

O fato do peixe diabo negro foi registrado pela primeira vez em plena luz do dia e a uma profundidade tão rasa é um marco significativo no estudo da fauna abissal, que ainda guarda muitos mistérios. Essa observação abre novas possibilidades para o entendimento de regiões de comportamento de espécies que habitam as mais profundas dos oceanos, revelando como fatores ambientais e biológicos podem influenciar suas interações com o meio em que vivem.