A Petrobras deu um passo significativo em direção à exploração de petróleo na região da Foz do Amazonas, ao concluir a construção de um centro de reabilitação de animais silvestres em Oiapoque, no estado do Amapá. Esta instalação atende a uma das principais exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a obtenção da licença ambiental necessária para perfuração offshore na área.
Margem Equatorial: Potencial para Triplicar Reservas Nacionais
A região da Foz do Amazonas integra a chamada Margem Equatorial, considerada a nova fronteira do petróleo brasileiro. Estima-se que essa área possa conter entre 10 e 30 bilhões de barris de petróleo, o que potencialmente dobraria ou até triplicaria as reservas atuais do país. Especificamente, o bloco FAZ-M-59 tem potencial para produzir até 1,1 milhão de barris por dia a partir de 2029, comparado à produção atual do Brasil de aproximadamente 3,2 milhões de barris diários.
Desafios Ambientais e Licenciamento
Apesar dos avanços, a Petrobras enfrenta desafios significativos relacionados ao licenciamento ambiental. Em 2023, o Ibama negou o pedido de perfuração devido a preocupações ambientais e sociais. Embora a construção do centro de reabilitação de animais silvestres seja um progresso, o Ibama ainda precisa realizar uma inspeção no local antes de decidir sobre a concessão da licença.
Pressão por Prazos e Investimentos
A Petrobras está sob pressão para obter a licença ambiental até o final de abril de 2025. A empresa já investiu aproximadamente US$ 174 milhões nos preparativos, incluindo o contrato de uma sonda de perfuração com custo diário de US$ 400 mil, cujo vencimento está previsto para outubro. A não obtenção da licença dentro desse prazo pode resultar em atrasos adicionais e custos financeiros significativos.