Nesta sexta-feira, 20 de setembro de 2024, o real apresentou o pior desempenho entre as principais moedas globais, registrando uma alta significativa do dólar de 1,8%, o que elevou a cotação da moeda norte-americana para R$ 5,20. A desvalorização do real reflete as incertezas e fragilidades da economia brasileira, associadas a um cenário global de aversão ao risco. Esse movimento ocorre em um contexto de aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e preocupações com a estabilidade fiscal no Brasil, o que tem contribuído para a fuga de capitais estrangeiros e pressão cambial.
Os investidores também estão atentos à desaceleração do crescimento da economia chinesa, que impacta diretamente o Brasil, devido à dependência do país nas exportações de commodities, principalmente o minério de ferro e a soja. Com a queda na demanda chinesa, os preços desses produtos sofrem correções, afetando negativamente a balança comercial brasileira. Além disso, o cenário político local gera incertezas adicionais, com a reforma tributária ainda em debate e o aumento da percepção de risco em torno das contas públicas.
O Banco Central brasileiro tem monitorado de perto a situação cambial, mas até o momento não interveio diretamente no mercado para conter a desvalorização do real. Especialistas afirmam que a escalada do dólar deve continuar caso os fatores que impulsionam a alta não sejam revertidos, como o avanço da inflação nos EUA e a falta de confiança na política fiscal brasileira.
Além disso, a economia global segue sob os efeitos das altas taxas de juros nos Estados Unidos, que continuam atraindo investimentos para o mercado americano em detrimento de países emergentes como o Brasil. A previsão para os próximos dias é de volatilidade no mercado de câmbio, com os investidores aguardando novos desdobramentos econômicos no Brasil e no exterior.
