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Renata Abravanel assume comando de empresas de Silvio Santos enquanto o futuro do grupo permanece incerto

Foto: Gabriel Cardoso/ SBT
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O destino do Grupo Silvio Santos, uma das maiores potências de comunicação e negócios do Brasil, começa a se delinear após o falecimento de Silvio Santos, aos 93 anos, vítima de broncopneumonia.

Com uma carreira marcada pelo seu estilo centralizador, Silvio sempre manteve um ar de mistério sobre os planos de sucessão de suas empresas. No entanto, nos bastidores, a transição de poder já estava em andamento há anos.

A sucessão do império de Silvio Santos foi minuciosamente planejada, com foco especial em duas de suas seis filhas: Renata Abravanel, a caçula, e Daniela Beyruti. Renata, agora com 36 anos, já havia sido preparada para assumir a presidência do grupo desde 2010, após o escândalo financeiro do Banco Panamericano, que revelou um rombo de R$ 4 bilhões e exigiu uma reestruturação profunda das empresas de Silvio.

Em meio à crise, o empresário nomeou seu sobrinho, Guilherme Stoliar, para comandar a holding, dividindo o poder com Renata e outras figuras-chave. A pandemia acelerou a transição, e em agosto de 2020, Stoliar deixou o cargo, passando as rédeas definitivamente para Renata.

Renata Abravanel, que estudou administração de empresas na Liberty University, nos Estados Unidos, sempre foi discreta em comparação com suas irmãs. Sob sua liderança, não apenas o SBT, mas também outras empresas do grupo, como a Jequiti Cosméticos e o hotel Jequitimar, passaram a ser geridas de forma mais profissionalizada, com executivos de mercado no comando.

O SBT, principal joia do Grupo Silvio Santos, enfrentou uma de suas maiores crises em 2016, com lucros líquidos caindo de R$ 76,1 milhões em 2015 para apenas R$ 6,6 milhões no ano seguinte. Para contornar a situação, a consultoria americana McKinsey foi contratada, resultando em uma economia de R$ 100 milhões e a demissão de aproximadamente 200 funcionários. Desde então, a emissora tem se reerguido, focando em novas estratégias, como a aposta em transmissões esportivas e o lançamento do site SBT News, que ampliou sua presença no mundo digital.

José Roberto Maciel, que preside o SBT há quase uma década, foi um dos responsáveis por essa renovação, trazendo executivos da Globosat para fortalecer a área comercial e diversificar a programação. Daniela Beyruti, irmã de Renata, atua como diretora executiva do SBT e é apontada como o “braço direito” na direção da emissora. Daniela tem se destacado por introduzir formatos internacionais de sucesso na grade do canal, como “What Not to Wear” e “Britain’s Got Talent”.

No entanto, uma das maiores incertezas é quem assumirá o lugar de Silvio Santos na televisão. Patricia Abravanel, uma das filhas, já apresenta o tradicional Programa Silvio Santos, mas o carisma e a presença de Silvio são considerados insubstituíveis.

Enquanto o futuro na tela ainda está em aberto, o destino das empresas do grupo parece seguir um caminho mais claro. Há rumores de que o grupo seja eventualmente fatiado, com a Jequiti Cosméticos sendo a primeira a ser vendida. Em 2023, a Jequiti registrou receita de R$ 3 bilhões e lucros de R$ 248 milhões, tornando-se uma peça atrativa para potenciais compradores, lembrando o destino do Baú da Felicidade, vendido ao Magazine Luiza por R$ 83 milhões em 2011.

Assim, o Grupo Silvio Santos enfrenta uma nova era sob o comando de Renata Abravanel, enquanto o legado de Silvio Santos, tanto nos negócios quanto na televisão, continua a ser honrado e adaptado aos novos tempos.

Foto: Reprodução