Medida histórica que altera políticas de assistência linguística e reforça debates sobre identidade nacional
Em 1º de março de 2025, o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva que estabelece o inglês como idioma oficial dos Estados Unidos, marcando uma mudança significativa na política linguística do país.
Esta decisão revoga um mandato da era Clinton que prevê que agências federais e organizações financiadas pelo governo forneçam assistência linguística a pessoas que não falam inglês.
A administração Trump justificou a medida como uma forma de promover a unidade nacional, cultivar uma cultura compartilhada e garantir a coerência nas operações governamentais. No entanto, o decreto especifica que os chefes de agência não estão obrigados a alterar ou interromper a produção de materiais em outros idiomas, permitindo certa flexibilidade na implementação.
Esta ação faz parte de uma série de mais de 70 ordens executivas emitidas nas primeiras semanas do segundo mandato de Trump, refletindo uma agenda agressiva de reformas.
Entre essas medidas, destaca-se também a proposta de um novo plano de imigração que inclui a venda de “cartões dourados” de US$ 5 milhões como alternativa ao green card, oferecendo um caminho para a residência permanente a indivíduos de alta renda.
A decisão de oficializar o inglês suscitou debates acalorados em todo o país. Os defensores argumentam que a medida reforçará a identidade nacional e simplificará as operações governamentais. Por outro lado, os críticos apontam que a revogação da assistência linguística pode prejudicar comunidades de imigrantes e limitar o acesso a serviços essenciais para aqueles que ainda não dominam o inglês.
Organizações de direitos civis e grupos de defesa dos imigrantes expressaram preocupação de que essa mudança possa marginalizar ainda mais os povos não anglófonas e aumentar as barreiras para sua integração plena na sociedade americana. Eles ressaltam que a diversidade linguística sempre foi uma característica marcante dos Estados Unidos e que políticas inclusivas são fundamentais para a coesão social.
Enquanto isso, setores desenvolvidos à medida acreditam que a oficialização do inglês incentivará a aprendizagem do idioma e facilitará a comunicação no âmbito nacional, promovendo uma sociedade mais coesa e eficiente. Eles argumentaram que, embora a diversidade seja importante, um idioma oficial comum é essencial para a unidade e funcionamento eficaz do país.
A implementação desta ordem executiva ocorrerá gradualmente, e será crucial observar como as diversas agências federais adaptarão suas políticas e serviços a essa nova direção. O impacto real sobre as comunidades não anglófonas e sobre a prestação de serviços públicos será um ponto central de análise nos próximos meses.
Este movimento de Trump reflete uma tendência mais ampla de políticas nacionalistas e de reforço da identidade cultural que têm ganhado destaque em várias partes do mundo. A forma como os Estados Unidos equilibrarão essa nova política linguística com sua tradição de diversidade e inclusão será um determinante para o futuro social e político do país.