Operação Falsas Promessas desmantela organização criminosa que utilizava redes sociais para promover sorteios fraudulentos
Em 9 de abril de 2025, a Polícia Civil da Bahia deflagrou a segunda fase da Operação Falsas Promessas, resultando na prisão de 24 indivíduos, incluindo influenciadores digitais e policiais militares, acusados de integrar uma organização criminosa especializada em rifas ilegais promovidas através das redes sociais. Estima-se que o esquema tenha movimentado aproximadamente R$ 680 milhões.
Principais envolvidos:
- José Roberto Santos (“Nanan Premiações”): Considerado um dos principais operadores do esquema, José Roberto promovia sorteios de carros de luxo, jet skis e quantias em dinheiro. Ele e sua esposa, Gabriela Silva, são apontados como líderes do grupo criminoso.
- Gabriela Silva: Esposa de José Roberto, participava ativamente na divulgação das rifas e ostentava uma vida luxuosa nas redes sociais, incluindo viagens internacionais.
- Franklin Reis (“Neca”): Humorista com mais de 1 milhão de seguidores, utilizava sua popularidade para promover as rifas ilegais.
- Ramhon Dias (“Máquina de Prêmios”): Com mais de 400 mil seguidores, divulgava sorteios fraudulentos e exibia uma rotina de luxo. Em julho de 2024, foi vítima de um atentado em Salvador, sendo baleado após sair de uma barbearia.
- Josemário Lins (“Fábrica de Sonhos”): Influenciador que promovia rifas e compartilhava imagens de viagens internacionais e veículos de alto padrão.
Além dos influenciadores, sete policiais militares foram detidos, incluindo Lázaro Andrade, conhecido como “Alexandre Tchaca”, que possui 169 mil seguidores e apresenta um podcast policial. Ele também foi candidato a vereador em 2024, sem sucesso.
Detalhes da operação:
A operação mobilizou cerca de 300 agentes para cumprir 22 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão, além de seis medidas cautelares diversas da prisão. As investigações revelaram que o grupo utilizava as redes sociais para divulgar rifas de alto valor, com sorteios manipulados para favorecer membros da própria organização. Empresas de fachada e “laranjas” eram empregados para mascarar a origem dos valores obtidos ilicitamente.
Balanço das apreensões:
Durante as diligências, foram apreendidos 27 veículos, incluindo modelos de luxo como Mercedes C200, Mercedes AMG e Range Rover, além de cinco armas de fogo, relógios de alto valor, R$ 14 mil em espécie, celulares, munições e notebooks. A Justiça autorizou o bloqueio de até R$ 10 milhões de cada investigado, totalizando R$ 680 milhões em bloqueios