Weslley Caitano participa de corrida em Niterói para chamar atenção à discriminação racial enfrentada por atletas negros
No último domingo, 30 de março de 2025, durante a 7ª edição da Corrida do Túnel Charitas-Cafubá em Niterói, Rio de Janeiro, o atleta profissional de atletismo Weslley Caitano, de 29 anos, chamou a atenção ao completar o percurso vestindo um colete à prova de balas cenográfico. A iniciativa integrou a campanha “Corredor em Perigo”, promovida pela organização não governamental Alma Preta, com o objetivo de alertar sobre o racismo no esporte e a vulnerabilidade enfrentada por atletas negros.
Caitano, com uma década de carreira, foi criado na comunidade do Fallet, no Rio de Janeiro. Ao aceitar participar do projeto, ele destacou seu compromisso em colaborar para transformar a realidade de discriminação na sociedade. “Hoje participo desse projeto em que tento, da minha maneira, e com meu depoimento e história de vida, colaborar, pelo menos um pouco, para mudar tudo isso de ruim que acontece em nossa sociedade”, afirmou o atleta.
O colete utilizado por Caitano serviu como um recurso visual impactante para evidenciar a sensação de perigo e insegurança que muitos atletas negros enfrentam. A campanha “Corredor em Perigo” busca mobilizar a sociedade na luta contra o racismo no esporte e promover medidas que garantam a prática esportiva livre de preconceitos e ameaças à segurança.
De acordo com a pesquisa Brand Inclusion Index 2024, divulgada pela Alma Preta, 61% dos pretos e pardos relataram ter sofrido discriminação racial no último ano. Essa estatística ressalta a urgência de iniciativas que enfrentem o racismo estrutural presente em diversas esferas, incluindo o esporte.
A sócia-diretora da Alma Preta, Elaine Silva, enfatizou a necessidade de ações de comunicação que provoquem reflexão e promovam mudanças significativas na luta antirracista. “É urgente pensarmos em ações de comunicação impactantes, que causem um incômodo nas pessoas e façam uma transformação transversal na luta antirracista”, comentou Elaine.
A participação de Caitano na corrida, utilizando o colete cenográfico, simboliza a resistência e a busca por igualdade no esporte, servindo como um chamado à ação para que a sociedade reconheça e combata o racismo em todas as suas formas.
