Pesquisadores brasileiros da Unesp desenvolveram uma prótese inovadora feita de bambu, oferecendo uma solução econômica para pessoas amputadas abaixo do joelho. João Victor Gomes dos Santos, doutor em Design pela Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design da Unesp, liderou o projeto “Protebam” com o objetivo de transformar vidas de forma acessível.
A tecnologia consiste em três componentes: o pé, o cilindro e o encaixe, todos confeccionados em fibra de bambu laminada e unidos com resina de mamona. Esta escolha não foi apenas econômica, mas estratégica, visto que o bambu apresenta propriedades mecânicas comparáveis à fibra de carbono, material mais caro amplamente utilizado em próteses.
Além de sua acessibilidade, o bambu é biodegradável e não tóxico, representando uma opção mais sustentável. Marco Antonio dos Reis Pereira, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Unesp, destaca as excelentes características físicas e mecânicas do bambu, tornando-o ideal para o desenvolvimento desta prótese inovadora.
Nos testes com voluntários amputados abaixo do joelho, os resultados foram notavelmente positivos, e os participantes optaram por continuar utilizando as próteses mesmo após o período de testes. A durabilidade da Protebam foi estimada em um ano, diminuindo sua robustez e eficácia.
Além de sua função primária, a prótese foi projetada para promover a inclusão e proporcionar aos usuários uma sensação de integração à sociedade moderna. O Protebam não visa substituir os modelos já existentes, mas sim servir como uma solução de transição acessível.
O custo de produção da Protebam gira em torno de R$ 600, em contraste com os R$ 5 mil dos produtos convencionais. Com a visão de produzir em larga escala para atender não apenas ao mercado local, mas também nacional e internacional, este projeto promete abrir portas para um futuro mais inclusivo e acessível para amputados.