Produção conhecida por conteúdo explícito levanta debates sobre limites da plataforma
Uma adição surpreendente ao catálogo do Disney+ nos Estados Unidos deixou muitos internautas perplexos. O polêmico filme “Salò ou os 120 Dias de Sodoma”, dirigido por Pier Paolo Pasolini, foi incluído na plataforma, suscitando reações intensas e debates acalorados. A obra, que critica o fascismo e o autoritarismo, é notória por suas cenas explícitas de tortura e abuso.
Reações dos Internautas
O filme, que não está disponível no Disney+ do Brasil, rapidamente se tornou um tópico viral no X (antigo Twitter). Muitos usuários expressaram choque e repulsa. Um internauta comentou: “Chocado é pouco, eu estou traumatizado. Parei na parte que eles são obrigados a comer as fezes dos ‘donos’, como se fosse o prato principal do jantar de gala”. Outro relembrou suas experiências anteriores com a obra: “Não acredito que a Disney+ dos EUA colocou na plataforma o filme ‘Salò ou os 120 Dias de Sodoma’. Vi 3x no cinema nos anos 80. Não sei como tive estômago”.
Mudança de Público no Disney+?
A presença de “Salò” no Disney+ levanta questões sobre a estratégia da plataforma. Tradicionalmente associada a conteúdos voltados para crianças e adolescentes, a Disney+ parece estar se reposicionando ao se unir ao Star+, que foca em uma audiência mais adulta. Essa mudança pode sinalizar um rebranding da companhia, ampliando seu catálogo para incluir conteúdos mais maduros.
A História do Filme
“Salò ou os 120 Dias de Sodoma” é uma adaptação do livro “Os 120 Dias de Sodoma”, do Marquês de Sade. O filme é ambientado na República de Salò, um estado fascista no norte da Itália durante a Segunda Guerra Mundial. A trama segue quatro autoridades fascistas que sequestram 18 adolescentes e os submetem a 120 dias de tortura física, mental e sexual em uma mansão isolada. Dividido em três partes (“O Círculo das Manias”, “O Círculo da Merda” e “O Círculo do Sangue”), cada segmento representa níveis crescentes de crueldade e degradação.
Controvérsia e Mérito Artístico
Devido às suas representações gráficas de estupro, tortura e assassinato, “Salò” foi proibido em diversos países. Nos Estados Unidos, seu lançamento foi limitado, mas um grupo de artistas, incluindo Martin Scorsese e Alec Baldwin, defendeu seu valor artístico em um documento legal.
A inclusão de “Salò” no Disney+ é uma jogada ousada que pode redefinir os limites da plataforma e influenciar futuras adições ao seu catálogo.