O Rio Negro, famoso por suas águas escuras e vasta extensão de quase 1.700 km, alcançou a preocupante marca de 13,59 metros em Manaus, consolidando a seca de 2023 como a mais grave na história da cidade.
Os dados, divulgados segunda-feira pelo porto da capital amazonense, que monitoram o nível das águas, evidenciam a extensão da crise ambiental que assola a região. Há 13 anos, o registro histórico foi superado, diminuindo uma redução de 13 centímetros por dia, de acordo com informações do Porto de Manaus.
O Serviço Geológico do Brasil (CRPM) havia previsto o auge da estimativa para a segunda quinzena de outubro, o que acentua ainda mais o estado de calamidade na cidade. A gravidade da situação levou ao fechamento de escolas em áreas rurais e afetando o transporte fluvial, além do escoamento de produtos.
A Praia da Ponta Negra, um dos principais pontos turísticos da cidade, encontra-se fechada devido à baixa do rio. O cenário, que antes exibia águas majestosas, agora é dominado por bancos de areia e pequenos cursos d’água.
Comunidades ribeirinhas e a população que depende da navegação fluvial enfrentam desafios diários. A escassez de chuvas e a incerteza sobre a recuperação do rio geram preocupações para o sustento dessas famílias.
A seca, agravada pelo El Niño e aquecimento do Atlântico Norte, combinação de fatores climáticos, deixa Manaus em estado crítico. Enquanto o Rio Negro sofre com a baixa das águas, o Rio Solimões, em Tabatinga, oscila entre subidas e descidas, um conhecido como “repiquete”.
O desafio de reverter esse quadro climático impactante é uma prioridade para a cidade, que agora busca soluções diante dessa crise multifacetada, que afeta não apenas o meio ambiente, mas a economia e o cotidiano dos moradores da região.
Foto: Divulgação/ Governo Federal