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Ronaldo Revela “Bullying” na Seleção Brasileira em Entrevista com Romário: Lição de Humildade e Crescimento

Ronaldo. - Foto: Instagram
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O Pentacampeão brasileiro compartilha memórias sobre sua trajetória na Seleção e o impacto da relação com Romário durante a preparação para a Copa de 1994.

Em uma entrevista revelada à “Romário TV”, o ex-jogador Ronaldo Fenômeno abriu o coração sobre sua época como novato na Seleção Brasileira, revelando detalhes de sua experiência de adaptação à equipe durante a preparação para a Copa do Mundo de 1994. O pentacampeão, considerado um dos maiores jogadores da história do futebol, contornou como foi fundamental a influência de Romário, que, apesar de adotar uma postura de cobrança, foi crucial para seu crescimento como jogador.

No segundo episódio da série “De cara com o cara”, Ronaldo se lembrou com carinho de como a Copa de 1994, realizada nos Estados Unidos, foi sua verdadeira “faculdade” no futebol. “94 foi minha faculdade. Aprendi muito. Todos os bullying que sofri na preparação. Eu era um garoto influenciado pelos grandes craques daquela Seleção. Me deu a certeza de que eu estava no caminho certo, foi determinante na minha carreira”, disse Ronaldo, fazendo referência à atmosfera de disciplina e respeito que existia entre os jogadores veteranos e os mais novos.

O “bullying”, como o próprio Ronaldo descreveu, não se tratava de uma relação de abuso, mas de uma forma de ensinar os novatos a se posicionarem e se comportarem com mais respeito e humildade dentro do grupo. Ronaldo detalhou como era comum para os jogadores mais experientes, como Romário, fazerem os mais jovens passarem por certas provas de paciência e subordinação, como servir café aos mais velhos, o que fazia parte da tradição da época. “Eu fiz com prazer, apesar de saber que era um bullying. Eu entendi que era minha adaptação, meu envolvimento no grupo tinha que ser a partir da humildade e de forma gradual. Valeu a pena”, afirmou o ex-atacante.

Ronaldo também relembrou uma situação marcante que envolveu Romário, durante uma mudança de esquema tático planejada pelo técnico Carlos Alberto Parreira. O treinador cogitou utilizar um esquema com três atacantes, o que abriria uma vaga para Ronaldo na equipe titular. Romário aproveitou a oportunidade para cobrar mais atitude do novato, alertando-o sobre a importância de se posicionar de forma mais firme em relação às suas ambições no momento.

“Tenho muitas memórias de 94… O Parreira queria testar o tempo com três atacantes. Aí você chegou para mim e disse que eu tinha que falar, tinha que jogar, que a brecha estava ali… Cobrou de mim que eu tinha que ser mais duro. Aí me colocaram para dar entrevista e eu disse que, com todo respeito, era o Parreira quem mandava e ele que escolheua quem deveria jogar. Quando eu voltei pro hotel, você me deu um esporro, disse que não adiantava eu ​​ficar com papinho, que eu tinha que falar que queria jogar. Aquilo marcou para mim. Você ganha também fora de campo a posição, não só nos treinos. Ganha no comportamento, na postura”, lembrou Ronaldo.

Essas experiências, embora duraram na época, foram fundamentais para o desenvolvimento de Ronaldo, tanto dentro de campo quanto fora dele. Ele acredita que esse tipo de relacionamento no ambiente de trabalho, em que os mais velhos impunham desafios aos novos, era necessário para que uma equipe estivesse bem estruturada e unida. Segundo o Fenômeno, o aprendizado foi essencial para moldar a postura e a mentalidade de muitos jogadores daquela geração.

O episódio de “bullying” na Seleção Brasileira, que envolve personagens como Romário, marca uma parte importante da história do futebol nacional, sendo um reflexo do ambiente competitivo e exigente que caracterizou a Seleção de 1994, que conquistou o pentacampeonato mundial.